Alcance geracional do evangelho

POR ANDRÉIA COELHO

Joana*, filha de missionários transculturais, viveu uma jornada profunda de cura e descoberta de sua identidade em Deus, que transformou sua visão de si mesma e do chamado que Deus tinha para sua vida.

Crescida entre duas culturas, nascida no México e criada no Brasil, Joana* enfrentou a dificuldade de se sentir pertencente a algum lugar. A experiência dos pais de Joana* trabalhando com povos árabes no Brasil a marcou profundamente, durante sua infância. Crescendo como uma “filha de terceira cultura” — termo usado para descrever aqueles que nascem em um lugar, crescem em outro e desenvolvem uma identidade própria influenciada por ambas as culturas. —, Joana* se viu perdida, sem uma identidade clara.

Ao retornar ao México, sentiu-se deslocada. Ela não se sentia parte do seu país de origem, nem do Brasil, o que gerou uma aversão ao estilo de vida dos seus pais. “Eu não quero ser missionária, nunca”, pensava Joana. Ela associava as constantes mudanças à dor de deixar amigos, lares e lugares para trás.

De férias a missões

Ao retornar ao Brasil, inicialmente planejando apenas uma visita de férias, Joana se deparou com o chamado de Deus para as missões. “Foi no primeiro dia que cheguei ao Brasil que Deus mudou todos os meus planos. Ele me fez entender que eu queria seguir meus desejos, mas era o que Ele queria para minha vida que realmente importava”, conta.

Em um encontro casual com missionários na base da OM, uma pergunta simples fez sua vida virar de cabeça para baixo: “Por que você quer voltar para o Brasil?” Aquela pergunta expôs sua busca por pertencimento e a levou a entender que Deus a estava chamando para algo maior.

Ao decidir realizar o treinamento do Reach, ela deu um passo em direção a sua cura para a confusão e dor que carregava. “Nesse processo, eu percebi que a minha identidade está em Deus e não em um lugar ou em pessoas”, reflete Joana*. Essa revelação a ajudou a aceitar seu chamado missionário, não como uma imposição, mas como uma resposta ao plano de Deus para sua vida.

“O curso me ajudou a entender melhor a mim mesma e o que meus pais faziam. Eu era apenas uma criança na época, mas hoje entendo que tudo o que fizeram foi por Deus”, diz. Além disso, as experiências transculturais e as aulas no Reach ampliaram sua visão sobre o que Deus tinha preparado para o seu futuro.

Encontros que geraram cura

Uma das experiências mais marcantes para Joana aconteceu durante o prático no Paraguai. Deus a levou a lugares significativos de seu passado, onde ela morou quando criança. Ela percebeu que isso também foi parte de um processo de cura ao ver o impacto que sua família havia causado em outras vidas. “Entendi que todo o sofrimento e sacrifício faziam parte de um propósito maior. Não se trata de mim. Se trata de Deus”, afirma Joana*.

Joana também enfrentou momentos de dúvida e frustração durante a viagem, especialmente quando se sentia pouco útil ou quando parecia que seu testemunho não impactava as pessoas ao seu redor. Mas, mesmo nesses momentos, Deus continuou a lembrá-la de que o impacto de seu testemunho não dependia de suas próprias forças, mas do Seu poder. Durante um encontro com uma menina, que revelou que seu sonho era conhecer uma mexicana, Joana viu como Deus usava até os menores detalhes para tocar corações.

Além disso, ela foi peça fundamental para sua equipe durante o prático do Reach. Com sua habilidade bilíngue em espanhol e português, e sua experiência como uma verdadeira pessoa de terceira cultura, ela foi essencial para facilitar a comunicação e integração entre seus colegas de treinamento e os locais. Mesmo se sentindo insegura como intérprete e apesar de todo o cansaço em sua função, ela se dispôs. “Entendi que não se tratava de mim. Se tratava de Deus”, afirma consciente que precisou renunciar alguns momentos para si em prol de servir sua equipe.

Ao final do treinamento, Joana saiu transformada. Compreendeu que sua missão era mais do que simplesmente seguir os passos de seus pais. Era sobre usar suas experiências e habilidades para servir a Deus e impactar a vida de outras pessoas. O treinamento Reach não só a ajudou a encontrar sua identidade, mas também a preparou para uma vida de serviço e propósito. “Depois de todas as experiências e aulas, eu aprendi que se você está fora da vontade de Deus, nada serve,” concluiu.
Para ela, a cura de sua identidade foi o alicerce para descobrir o propósito que Deus tinha para sua vida e para impactar outras pessoas com o amor de Cristo.

*Nome alterado

Lucie

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