O sul da Ásia abriga paisagens diversas e alguns dos países mais densamente povoados do mundo. Em um desses países, os seguidores de Jesus compõem cerca de 0,5 por cento da população e frequentemente enfrentam perseguição econômica, social e/ou física.
Apesar dos desafios intensos, a Igreja está crescendo lentamente.

O OMer Henry* (Reino Unido) trabalha no Asian Centre, em Londres, e conta com várias pessoas do sul da Ásia entre seus amigos próximos. Enquanto morava em Cingapura em 2018 e 2019, Henry conheceu trabalhadores da construção civil do sul da Ásia, incluindo Abdul*, iniciando uma amizade que permanece até hoje e visitando o país natal de Abdul duas vezes. Agora, baseado no Reino Unido, Henry fez uma terceira visita no início de 2024. As visitas posteriores foram em caráter pessoal e incluíram muitos dias com Abdul, que é um amigo próximo e um pupilo. “Oramos uns pelos outros todos os dias por meio de pedidos de oração enviados um ao outro”, disse Henry. “Se possível, estudamos a Bíblia juntos online também.”

A pobreza no país pode afetar os seguidores de Jesus desproporcionalmente devido à perseguição econômica e social. Henry se encontrou com seguidores de Jesus que não conseguiam fazer seus negócios crescerem ou pagar integralmente a educação de seus filhos porque seus vizinhos se recusavam a negociar com eles. “Poucas pessoas comprarão os produtos do pastor porque todo mundo sabe que ele dirige uma igreja doméstica”, disse Henry.

Apesar dessa perseguição e dificuldade, os seguidores de Jesus, como Abdul, são generosos com seus recursos limitados. Por exemplo, na vila de Abdul havia um menino com câncer, e seus pais não tinham dinheiro para as taxas médicas. Ao ouvir sobre a situação, Abdul vendeu seu laptop para pagar as taxas médicas do menino. “Eu acho isso extraordinário”, disse Henry. “Ninguém vende seu laptop.”

Há casos mais extremos que se transformam em perseguição física. Os crentes podem precisar fugir ou deixar suas casas quando decidem seguir a Cristo. O islamismo é uma parte muito importante da identidade nacional, então escolher seguir Jesus é visto como “rejeitar toda a sua sociedade”. Henry conhece um seguidor de Jesus do sul da Ásia no Reino Unido que as pessoas tentaram arrastar para uma mesquita e teve que escapar de uma surra depois de distribuir folhetos cristãos. “Conheço pessoas que conhecem pessoas que simplesmente desapareceram”, disse Henry.

‘Fazendo o que você pode’

Os seguidores de Jesus no sul da Ásia perseveram apesar dessas lutas. “Abdul tem um papel pastoral importante trabalhando com outros jovens líderes cristãos locais. Eu não sabia o quão significativo isso era até que fui e passei as duas semanas com ele em março deste ano.” Henry visitou diferentes ministérios, incluindo escolas primárias estabelecidas por seguidores individuais de Jesus. Ele observou: “Muito do que Deus faz não é melodramático. São apenas atos comuns de gentileza, fazendo o que você pode que abençoará os outros quando e onde você puder.” Um homem no sul da Ásia que trabalhou em Cingapura agora está administrando quatro igrejas domésticas diferentes.

Elas foram particularmente inspiradoras para Henry. “Eu não sabia nada sobre igrejas domésticas do sul da Ásia. As que eu vi se reuniam em uma sala grande ao redor e em uma cama enorme. Nós apenas sentávamos de pernas cruzadas na cama, aprendíamos da Bíblia e orávamos e cantávamos — embora não muito alto, como os vizinhos objetavam. Quando eu visitava, eu compartilhava versículos da Bíblia e ensinava. Era uma alegria especial acordar de manhã ouvindo a família do pastor já adorando junta.”
Henry diz que é “um enorme privilégio” fazer parte do que está acontecendo no Sul da Ásia por meio do encorajamento, equipamento e mentoria dos seguidores de Jesus. “Há uma espécie de mudança de multiplicação acontecendo, de mim a Abdul, aos jovens líderes, aos novos crentes.”

O poder da oração

Abdul levou Henry para uma longa e bela praia em seu país natal. “É muito impressionante”, Henry disse a ele, “mas por que você me trouxe aqui?” “É aqui que venho rezar quando fico sem dinheiro”, disse Abdul. “Você pode ver por quilômetros, a praia é perfeitamente reta e não há penhascos, apenas um espaço infinito de areia, mar e céu. É aqui que vejo a glória de Deus: no mar, na praia, nas ondas e no vento.”

Em todo o mundo, Deus usa o ordinário para realizar o extraordinário, e o sul da Ásia não é exceção. À medida que o Espírito de Deus continua a trabalhar na área, os seguidores de Jesus precisarão de apoio e oração de seus irmãos e irmãs ao redor do mundo.

Por favor, ore conosco para que Deus continue a despertar corações para Ele no Sul da Ásia. Ore pelos perseguidos no país e ao redor do mundo para perseverar (Hebreus 12:1-3). Conecte-se com aqueles que podem ajudá-los nas formas pelas quais oramos. Agradecemos a Jesus pela liberdade da Nova Aliança (Mateus 11:28-30) e oramos para que os seguidores de Jesus ao redor do mundo vivam com segurança na liberdade contínua de Cristo.

*nome alterado