Alunos do REACH em uma simulação de segurança.

“Essa é a sua última chance. Você nega a Jesus?”

Em Mateus 10, nos versículos 32 e 33, Jesus Cristo diz: “qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.” É relativamente simples declarar que Ele é Deus no aconchego do lar e na comodidade da vida diária. Na maior parte do tempo, isso não requer muitos sacrifícios. Mas é diferente quando você se encontra de joelhos na lama, debaixo da chuva, tremendo de frio, com as mãos na cabeça, uma arma apontada para sua testa e um policial religioso gritando no seu ouvido – nesse momento confessar a Jesus deixa de ser apenas palavras, mas torna-se um compromisso que pode custar sua vida.

Todos estavam cientes de que era apenas um exercício, uma simulação. Apesar disso, a sobreposição do cansaço, da chuva, do frio, do medo, do sono e das várias condições adversas proporcionou uma atmosfera propícia para que os alunos se esquecessem de que era um treinamento e vivenciassem com seriedade a situação em que se encontravam. O “sofrimento” duraria alguns dias e logo voltariam ao aconchego da base da OM. Mas nesses poucos dias, eles realmente sentiram que estavam em outro país, num ambiente hostil, com sua fé constantemente à prova, e que deviam permanecer firmes em meio à “perseguição religiosa”.

Na semana anterior, os alunos do REACH, o curso missiológico da OM no Brasil, tinham passado pelas aulas teóricas de Segurança e Sobrevivência Missionária. Durante quatro dias, estudaram conteúdos diversos, desde noções básicas de mecânica até estratégias para se locomover em áreas com minas terrestres ou monitoradas por franco-atiradores. Foram lições planejadas para que estivessem aptos a responder às mais variadas situações com diferentes níveis de risco. E mesmo durante o estágio prático desse treinamento, continuavam sendo instruídos sobre como proceder em áreas afetadas por catástrofes naturais – o que fazer, como ajudar, quais oportunidades missionárias podem surgir etc.

“O retiro de sobrevivência para mim foi uma experiência inesquecível, pois tivemos a oportunidade de gerar memórias caso coisas como fugir, montar um plano de fuga, sobrevivência na selva, sequestro etc. Coisas que provavelmente nunca esperaríamos experimentar, mas que estaríamos prontos para enfrentar em tal situação. É uma grande oportunidade poder vivenciar esse retiro, aprendemos muito e nos dá novas ferramentas que podemos utilizar na realidade em que vivemos”, relatou uma das alunas.

Foram quatro dias que despertaram emoções de inquietação, medo e insegurança. Hoje, ao olharem para o que pode ter sido dias muito difíceiss, os alunos entendem a importância do que aprenderam. Tanto eles como nós, que estivemos ativos na organização, preparo e execução desse treinamento, esperamos que nunca precisem colocar em prática esses conhecimentos. Mas se esse dia chegar, confiamos que estarão prontos.

Camila Babativa

1 comentário em “Aguenta coração”

  1. MARCOS BONINI FLORES

    Sou policial militar reformado, quando ingressei na PM o brasil vivia um regime de exceção e assim sendo, minha capacitação como policial militar foi a de ser um combatente. Portanto, sei muito bem o que é ser desafiado em meio a uma opressão ideológica com o risco de morte. Isto, para dizer que entendo a importância do REACH numa simulação de segurança. O treinamento há de ser constante em espírito e não a um determinado momento, haja vista o fator surpresa (Mt 26:47-56; Mc 14:43-50; Lc 22:47-53; Jo 18:1-11). Mc 13:33 infere que não se deve subestimar o fator surpresa, de sorte atender o que prescreve I Pe 3:15.

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